A Educação Ambiental é um tema de interesse e tem promovido discussões na sociedade contemporânea que está sendo despertada a refletir sobre seu significado, importância, objetivos, ações e desenvolvimento, por isso é importante compreender a Educação Ambiental como parte integrante para a formação cidadã e relacionar a Educação Ambiental ao comportamento social e à mudança de valores e atitudes.
A importância da Educação ambiental, para os cidadãos e
para as gerações futuras, está relacionada com a participação da sociedade
assumindo seu papel de co-responsável no planejamento e pelas tomadas de
decisão no que se refere ao seu papel no ambiente onde vive.
A Educação Ambiental possibilita a intervenção
sociopolítica na própria construção reflexiva das mudanças no cenário atual,
pois o desenvolvimento da ciência e tecnologia promovem a legitimação e a
divulgação do conhecimento sobre as questões ambientais, bem como a mitigação
dos seus efeitos para a população (LOUREIRO, 2006).
Uma parcela da população que é atingida
significativamente pelos problemas ambientais e sociais é a de baixa renda por viverem em condições
desfavoráveis e expostos à maiores riscos, são menos escolarizados e parece receber
menos informações. Essas variáveis interferem diretamente na qualidade de vida
dos indivíduos (BARBIERI; SILVA, 2011).
Para
Luzzi (2013, p. 23-28) “não é apenas a natureza que está sendo degradada,
também a qualidade de vida de enormes setores da população [...]. A
desigualdade, a pobreza, a qualidade de vida e a qualidade ambiental estão
intimamente atreladas.” Neste sentido a Educação é um viés que promove o
conhecimento em todos os níveis educacionais proporcionando a participação,
desenvolvendo habilidades, atitudes e estratégias na produção e no consumo
sustentável, por exemplo.
Portanto, a Educação Ambiental deve ser entendida em seu
sentido mais amplo, voltada para a formação de pessoas para o exercício da
cidadania responsável e consciente, e para uma percepção ampliada sobre os
ambientes no qual estão inseridas, uma vez que, ela é vista como uma
possibilidade de transformação da realidade e das condições da qualidade de
vida, por meio da conscientização advinda da prática social reflexiva embasada
pela teoria. Essa conscientização é obtida com a capacidade crítica permanente
de reflexão, diálogo e apropriação de diversos conhecimentos. Esse processo
torna-se fundamental para se formar sociedades sustentáveis, ou seja,
orientadas para enfrentar os desafios da contemporaneidade, garantindo
qualidade de vida para esta e futuras gerações (LIMA, 2015; BARBIERI; SILVA,
2011; PELICIONI, 1988).
A atitude em conceber um meio ambiente com qualidade cabe
a cada ser humano, daí a necessidade de fazer com que a Educação Ambiental saia
do papel e quebre paradigmas de estagnação provendo condições do indivíduo se
colocar no lugar de destaque no meio ambiente (MENEZES, 2013).
Como exemplo de trabalho educativo pode-se fazer
palestras/treinamentos em empresas cumpridoras das NR’s – Normas
Regulamentadoras abrangendo a temática do manuseio, transporte e uso dos
agrotóxicos. Tal ação tem por objetivo minimizar os riscos à saúde do
trabalhador e ao meio ambiente. Outro exemplo seria a realização de caminhada
ecológica em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, Meio Ambientes e
Associações/ONG’s – Organizações Não Governamentais sobre a necessidade dos
cuidados com o armazenamento e separação do lixo com o objetivo de orientar
sobre a importância do descarte correto, dos novos loteamentos aderirem à
legislação federal e ao código de postura do município, dentre outros.
De acordo com Kato e Bellusci (2013) somente por meio da mudança nas relações individuais e
sociais é que será possível encontrar cidadãos aptos a refletir e agir com
ética sobre as questões ambientais como um compromisso com o próprio sistema
ambiental em que o indivíduo compõe e influencia.
A Educação Ambiental proporciona ao indivíduo
adquirir conhecimentos e colocá-los em prática estimulando as pessoas a disseminar
soluções, produzir mudanças nas suas condutas, por exemplo, modificando seus hábitos
de vida, tais como o consumo desenfreado, economizar a água, reciclar os
materiais utilizados, separar o lixo (coleta seletiva) não provocar queimadas e
não poluir o meio ambiente.
A escola, a academia, o clube esportivo, nos parques, as
associações de bairros, nos sindicatos, grupos nas redes sociais, enfim, vários
são os espaços onde se deve falar sobre promoção e prevenção da biodiversidade
e os recursos naturais, bem como as mudanças que o ecossistema vem sofrendo
devido à ação do homem.
A importância da Educação
Ambiental para a formação cidadã está relacionada com o poder de transformação
e aprimoramento da relação entre os seres humanos e desses com o ambiente, pois
o mesmo é modificado pelo homem,
A Educação Ambiental transcende
seu aspecto puramente comportamental para chegar a outras esferas, como a
política e a cultural, pois a educação não pode existir para outro motivo que
não o de formar indivíduos críticos de seu papel histórico. Deve subsidiá-los
com um repertório que permita a reflexão crítica do desafio existente nos períodos
de transição e, a partir de seus próprios impulsos, integrar esse processo rumo
à construção de uma realidade mais condizente com sua noção de equilíbrio e
sobrevivência.
Vale ressaltar que a
Educação Ambiental é o fruto de um modelo de desenvolvimento, de condições
culturais, econômicas e sociais completas, para tanto precisa ajudar a
construir novas formas e possibilidades de relações sociais e de estilos de
vida, baseadas em valores éticos e humanitários, e de relações mais justas
entre os seres humanos e o meio ambiente. Sob esta perspectiva a Educar a
educação ambiental precisa ser transformadora, educativa, cultural,
informativa, política, formativa e, acima de tudo, emancipatória.
REFERÊNCIAS
BARBIERI, J. C.;
SILVA, D. Desenvolvimento sustentável
e educação ambiental: uma trajetória comum com muitos desafios. Revista de Administração Mackenzie [online], 2011, vol.12, n.3, pp.51-82.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S167869712011000300004&script=sci_abstract&tlng=pt
> Acesso em: 24 ago. 2017.
KATO, D. S.;
BELLUSCI, S. Educação Ambiental. Batatais: Claretiano, 2013.
LIMA, G. F. C. Educação Ambiental no Brasil:
identidades e desafios. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus, 2015.
LOUREIRO,
C.F.B. Trajetória e Fundamentos da
Educação Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
LUZZI,
D. Educação e meio ambiente: uma
relação intrínseca. Barueri, SP: Manole, 2012.
MENEZES,
D. Educação Ambiental. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2013.
PELICIONI, M. C. F.
Educação ambiental,
qualidade de vida e sustentabilidade. Revista
Saúde e Sociedade 7 (2) 19:31, 1988. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v7n2/03>
Acesso em 01 set. 2017.