segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Educação Ambiental um exercício de cidadania

       
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      A Educação Ambiental é um tema de interesse e tem promovido  discussões na sociedade contemporânea que está sendo despertada a refletir sobre seu significado, importância, objetivos, ações e desenvolvimento, por isso é importante compreender a  Educação Ambiental como parte integrante para a formação cidadã e relacionar a Educação Ambiental ao comportamento social e à mudança de valores e atitudes.
A importância da Educação ambiental, para os cidadãos e para as gerações futuras, está relacionada com a participação da sociedade assumindo seu papel de co-responsável no planejamento e pelas tomadas de decisão no que se refere ao seu papel no ambiente onde vive.
A Educação Ambiental possibilita a intervenção sociopolítica na própria construção reflexiva das mudanças no cenário atual, pois o desenvolvimento da ciência e tecnologia promovem a legitimação e a divulgação do conhecimento sobre as questões ambientais, bem como a mitigação dos seus efeitos para a população (LOUREIRO, 2006).
 Uma parcela da população que é atingida significativamente pelos problemas ambientais e sociais é a  de baixa renda por viverem em condições desfavoráveis e expostos à maiores riscos, são menos escolarizados e parece receber menos informações. Essas variáveis interferem diretamente na qualidade de vida dos indivíduos (BARBIERI; SILVA, 2011).
            Para Luzzi (2013, p. 23-28) “não é apenas a natureza que está sendo degradada, também a qualidade de vida de enormes setores da população [...]. A desigualdade, a pobreza, a qualidade de vida e a qualidade ambiental estão intimamente atreladas.” Neste sentido a Educação é um viés que promove o conhecimento em todos os níveis educacionais proporcionando a participação, desenvolvendo habilidades, atitudes e estratégias na produção e no consumo sustentável, por exemplo.
Portanto, a Educação Ambiental deve ser entendida em seu sentido mais amplo, voltada para a formação de pessoas para o exercício da cidadania responsável e consciente, e para uma percepção ampliada sobre os ambientes no qual estão inseridas, uma vez que, ela é vista como uma possibilidade de transformação da realidade e das condições da qualidade de vida, por meio da conscientização advinda da prática social reflexiva embasada pela teoria. Essa conscientização é obtida com a capacidade crítica permanente de reflexão, diálogo e apropriação de diversos conhecimentos. Esse processo torna-se fundamental para se formar sociedades sustentáveis, ou seja, orientadas para enfrentar os desafios da contemporaneidade, garantindo qualidade de vida para esta e futuras gerações (LIMA, 2015; BARBIERI; SILVA, 2011; PELICIONI, 1988).
A atitude em conceber um meio ambiente com qualidade cabe a cada ser humano, daí a necessidade de fazer com que a Educação Ambiental saia do papel e quebre paradigmas de estagnação provendo condições do indivíduo se colocar no lugar de destaque no meio ambiente (MENEZES, 2013).
Como exemplo de trabalho educativo pode-se fazer palestras/treinamentos em empresas cumpridoras das NR’s – Normas Regulamentadoras abrangendo a temática do manuseio, transporte e uso dos agrotóxicos. Tal ação tem por objetivo minimizar os riscos à saúde do trabalhador e ao meio ambiente. Outro exemplo seria a realização de caminhada ecológica em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, Meio Ambientes e Associações/ONG’s – Organizações Não Governamentais sobre a necessidade dos cuidados com o armazenamento e separação do lixo com o objetivo de orientar sobre a importância do descarte correto, dos novos loteamentos aderirem à legislação federal e ao código de postura do município, dentre outros.
De acordo com  Kato e Bellusci (2013) somente por meio da mudança nas relações individuais e sociais é que será possível encontrar cidadãos aptos a refletir e agir com ética sobre as questões ambientais como um compromisso com o pró­prio sistema ambiental em que o indivíduo compõe e influencia.
A Educação Ambiental proporciona ao indivíduo adquirir conhecimentos e colocá-los em prática estimulando as pessoas a disseminar soluções, produzir mudanças nas suas condutas, por exemplo, modificando seus há­bitos de vida, tais como o consumo desenfreado, economizar a água, reci­clar os materiais utilizados, separar o lixo (coleta seletiva) não provocar queimadas e não poluir o meio ambiente.
A escola, a academia, o clube esportivo, nos parques, as associações de bairros, nos sindicatos, grupos nas redes sociais, enfim, vários são os espaços onde se deve falar sobre promoção e prevenção da biodiversidade e os recursos naturais, bem como as mudanças que o ecossistema vem sofrendo devido à ação do homem.
A importância da Educação Ambiental para a formação cidadã está relacionada com o poder de transformação e aprimoramento da relação entre os seres humanos e desses com o ambiente, pois o mesmo é modificado pelo homem,
A Educação Ambiental transcende seu aspecto puramente comportamental para chegar a outras esferas, como a política e a cultural, pois a educação não pode existir para outro motivo que não o de formar indivíduos críticos de seu papel histórico. Deve subsidiá-los com um repertório que permita a reflexão crítica do desafio existente nos períodos de transição e, a partir de seus próprios impulsos, integrar esse processo rumo à construção de uma realidade mais condizente com sua noção de equilíbrio e sobrevivência.
Vale ressaltar que a Educação Ambiental é o fruto de um modelo de desenvolvimento, de condições culturais, econômicas e sociais completas, para tanto precisa ajudar a construir novas formas e possibilidades de relações sociais e de estilos de vida, baseadas em valores éticos e humanitários, e de relações mais justas entre os seres humanos e o meio ambiente. Sob esta perspectiva a Educar a educação ambiental precisa ser transformadora, educativa, cultural, informativa, política, formativa e, acima de tudo, emancipatória.


REFERÊNCIAS


BARBIERI, J. C.; SILVA, D. Desenvolvimento sustentável e educação ambiental: uma trajetória comum com muitos desafios. Revista de Administração Mackenzie [online], 2011, vol.12, n.3, pp.51-82. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S167869712011000300004&script=sci_abstract&tlng=pt > Acesso em: 24 ago. 2017.

KATO, D. S.; BELLUSCI, S. Educação Ambiental. Batatais: Claretiano, 2013.

LIMA, G. F. C. Educação Ambiental no Brasil: identidades e desafios. [livro eletrônico]. Campinas, SP: Papirus, 2015.
LOUREIRO, C.F.B. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
LUZZI, D. Educação e meio ambiente: uma relação intrínseca. Barueri, SP: Manole, 2012.
MENEZES, D. Educação Ambiental. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

PELICIONI, M. C. F. Educação ambiental, qualidade de vida e sustentabilidade. Revista Saúde e Sociedade 7 (2) 19:31, 1988. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v7n2/03> Acesso em 01 set. 2017.