Atualmente o que mais se vê
nas mídias são propagandas do corpo perfeito. Nos anúncios dos mais variados
produtos, são utilizados belas modelos e atrizes, mexendo com a imaginação de
homens e mulheres. Enquanto os homens deliram com as curvas das beldades, as
mulheres, em sua maioria, ficam procurando as imperfeições, normalmente dizendo
“deve estar cheia de celulite, estria e gordura localizada, só não vemos porque
está toda ‘fotoshopada’”.
Até parece que o recurso do
fotoshop é a salvação, embora esta técnica também tenha exposto determinadas
beldades ao escárnio do público, como se ter as famigeradas celulites fosse
apenas dos seres humanos fora do circuito artístico.
Recentemente, lendo uma
reportagem “A celulite é um problema estético que incomoda
muito e acaba com a auto- estima de qualquer mulher”, nota-se a
gravidade desse processo celulítico, pois além de ser desagradável aos olhos,
do ponto de vista estético, ocasiona problemas de ordem psicossocial, devido a
cobrança dos padrões estéticos dos dias atuais. Tal situação pode, ainda,
acarretar problemas álgicos nos locais acometidos e diminuição das atividades
funcionais (Meyer, 2005).
Neste
sentido vale compreender o que é a celulite, que na verdade não tem nada de “ite”,
uma vez que não se encontra infiltrado inflamatório em análise histopatológico.
Guirro
e Guirro (2006) dizem que o processo celulítico é
uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo subcutâneo, sem origem
inflamatória, seguida de polimerização da substância fundamental que,
infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva
O termo que melhor define esse processo de marcas na pele é o Fibro Edema Gelóide (FEG) que vem sendo substituído por Hidrolipodistrofia ginóide (HLDG).
DeVilla (2009)
define o FEG como sendo um conjunto de transtornos que ocorrem no tecido conectivo
cutâneo e subcutâneo, de origem multifatorial manifestando-se na pele. Em
estado mais avançado é comumente conhecida como "casca de laranja".
Meyer et al
(2005, p. 75) descreve que o FEG “é uma
afecção multifatorial e para que seu tratamento obtenha resultados positivos é
necessária uma avaliação detalhada envolvendo toda propedêutica da anamnese e
do exame físico”.
HLDG pode
ser assim, melhor entendido, como um desequilíbrio no metabolismo lipídico e
fluxo hídrico feminino, promovendo o fibrosamento do tecido. Em decorrência
dessas alterações, ocorre uma compressão contínua dos elementos do tecido
conjuntivo, entre eles, terminações nervosas. Com este quadro histopatológico, compreende-se,
facilmente, a aparência nodulosa na epiderme e a presença de dor à palpação
desproporcional à pressão exercida ou mesmo sem motivo externo.
As
principais causas da HLDG pode ser a idade, história familiar, tabagismo, excesso
de peso, sedentarismo, dieta rica em sal, gorduras e carboidratos, pouca
ingestão de líquidos, estresse e fatores hormonais.
Na verdade
ainda não se resolveu os mistérios do efeito “buraquinhos na pele”, porém
sabe-se que há inúmeros produtos e tratamento no mercado que amenizam a
situação.
Neste
sentido a fisioterapia dermato funcional utiliza de cremes anti-celulites
aliados à eletroterapia, a drenagem linfática manual ou compressiva (auxilia no
processo de eliminação das impurezas acumuladas no interstício, objetivando. retirar
o excesso de líquidos e/ou toxinas, promovendo a melhora da oxigenação e a nutrição dos tecidos), a vacuoterapia (com a sucção que o aparelho
promove, ocorre uma mobilização profunda dos tecidos, melhorando a circulação
sanguínea e linfática), o US (3 MHz) (acelera o sistema linfático), a corrente
russa ( atua sobre a musculatura
profunda e superficial, diminuindo a flacidez), endermologia (os
movimentos do aparelho estimulam a circulação e promovem a drenagem linfática),
radiofrequência (estimula a produção de colágeno), ultrassom com lipolíticos (realiza
modificações nas ligações intercelulares e aumenta a permeabilidade da membrana
celular), gesso liporredutor (é uma
mistura de substâncias que endurecem quando aplicadas sobre a pele, promovendo
aquecimento, vasodilatação e melhor penetração de princípios ativos como a
cafeína) entre outros.
É importante lembrar que nenhum tratamento é milagroso. É necessário reeducar a forma de alimentar-se e associar à atividades físicas. Até que não se encontra um tratamento definitivo, invasivo ou não, cabe cada mulher cuidar-se de modo a preservar, sua saúde física, emocional e social.
Por outro lado se
pensarmos que a OMS – Organização Mundial de Saúde diz que o indivíduo só é
saudável quando possui um equilíbrio biopsicossocial, então o HLDG já pode ser
considerado um problema de saúde pública?
REFERÊNCIAS
DEVILLA. Mariana Henrique.
Fibro edema Gilóide: como se forma. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/fibro-edema-geloide-como-se-forma/15884/#ixzz2AF4GLjgP.
Acesso em 22/10/2011
GUIRRO, E.;
GUIRRO, R. Fisioterapia
dermato-funcional. 3ª ed. São Paulo: Editora Manole, 2002.
MEYER, Patrícia Froes. Desenvolvimento
e aplicação de um protocolo de avaliação fisioterapêutica em pacientes com Fibro
edema gelóide. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.18, n.1, p. 75-83,
jan./mar., 2005.
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